sexta-feira, 10 de abril de 2009

Vento Noturno

O Vento toca meu rosto e mexe meu cabelo, como há muito ninguém o faz.
O calor que não troco faz tempo, o vento me rouba, cruel pois não troca, apenas rouba.

O vento noturno, é soturno como é meu coração, e como idealizo a dona dele.
Minha indecisão, meus medos e anseios, meu vazio, minhas carências e excessos, minhas vontades e desejos, tudo o mais o vento leva, com seu simples, macio, leve, fugaz, invisível, e inigualável toque.
Esvazio-me e transbordo, sinestesia total, antiga renovação, me traz a tona o que há muito escondi lá no fundo, há muito não me vejo assim, evoluí inversamente para trás buscando o esquecido e ressurgindo, nem novo nem velho, apenas evoluído!

O simples fato de ser noite, o simples fato de ventar me fez pensar... Que fardo é esse de ser pensante? Cuido pra nunca não agir sem pensar, mas me amaldiçôo a sempre pensar e não agir.

Ah o vento! É bom quando venta, não?
Sabe?
É bom quando anoitece, venta, e surgem estrelas e a Lua, me faz lembrar de você, que ainda não conheci mais já amo mais do que tudo, já que sou falho em amar tudo o mais que conheço.

Que o vento me leve, me trague, me engula e vomite.
Que seja por amor à minha causa, infelizmente, já perdida...

domingo, 5 de abril de 2009

Me incomoda.

Presença, Cheiro, Lembrança, Jeito, Manias, Voz, Toque.
A falta que me faz.
A confusão que me causa.
A tristeza colateral.
A alegria não desejada que me traz.

Me incomoda!

Culpa

Tem culpa eu? Engraçado mais dói. Dói como facadas no pulmão, como cair de cara no chão, como farpa embaixo da unha, como só a perda pode doer...
De que adianta a culpa?
Só pra doer?
Sinto que devo refazer... Mas sei que não devo. Oque fazer quando está entre a razão e a emoção? A lógica é tão mais confortável, sabe-se sempre no que terá fim. A razão quando seguida não se sabe o fim, mais conforta-me tanto no momento, pensando bem parece mais comigo agir só com o presente em vista.
Então porque insisto nessa lógica? Porque é lógico. Foi uma pergunta retórica. ¬¬"
Por que de repente ficou tudo tão confuso?
O cinza azulou, escureceu, embaralhou, roubou e não devolveu.